terça-feira, 7 de setembro de 2010





I don't ever want to hate you,
so don't show me your bed,
the only roads are cul-de-sacs,
the only ends are dead.

I don't ever want to hate you,
it's not part of the plan,
so keep your charm where I can't see it,

and your hands where I can.




domingo, 5 de setembro de 2010

acaso




No acaso da rua o acaso da rapariga loira.
Mas não, não é aquela.

A outra era noutra rua, noutra cidade, e eu era outro.
Perco-me subitamente da visão imediata,
Estou outra vez na outra cidade, na outra rua,
E a outra rapariga passa.

Que grande vantagem o recordar intransigentemente!
Agora tenho pena de nunca mais ter visto a outra rapariga,
E tenho pena de afinal nem sequer ter olhado para esta.

Que grande vantagem trazer a alma virada do avesso!
Ao menos escrevem-se versos.
Escrevem-se versos, passa-se por doido, e depois por gênio, se calhar,
Se calhar, ou até sem calhar,
Maravilha das celebridades!

Ia eu dizendo que ao menos escrevem-se versos...
Mas isto era a respeito de uma rapariga,
De uma rapariga loira,
Mas qual delas?
Havia uma que vi há muito tempo numa outra cidade,
Numa outra espécie de rua;
E houve esta que vi há muito tempo numa outra cidade
Numa outra espécie de rua;
Por que todas as recordações são a mesma recordação,
Tudo que foi é a mesma morte,
Ontem, hoje, quem sabe se até amanhã?

Um transeunte olha para mim com uma estranheza ocasional.
Estaria eu a fazer versos em gestos e caretas?
Pode ser... A rapariga loira?
É a mesma afinal...
Tudo é o mesmo afinal ...

Só eu, de qualquer modo, não sou o mesmo, e isto é o mesmo também, afinal.


Álvaro de Campos





..não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram..





quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ouvi dizer




a cidade está deserta,
e alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
em todo o lado essa palavra
repetida ao expoente da loucura.



come back, i miss you.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

te dejo madrid



empty banality. disconnected spaces. aleatory encounters. neurological violence. loss. absence. critical judgement. encounters. melancholy. witness to impossibility.
princípio da realidade.




terça-feira, 29 de junho de 2010

erised stra ehru oyt ube cafru oyt on wohsi





"Sir - Professor Dumbledore? Can I ask you something?"
"Obviously, you've just done so," Dumbledore smiled. "You may ask me one more thing, however."
"What do you see when you look in the mirror?"
"I? I see myself holding a pair of thick, woolen socks."
Harry stared.
"One can never have enough socks," said Dumbledore. "Another Christmas has come and gone and I dind't get a single pair. People will insist on giving me books."


segunda-feira, 28 de junho de 2010

pela maria.

a inês é uma macaca. a inês come macacos do nariz. a inês tem narizes nas pernas. a inês tem pernas na cabeça. a inês tem cabeça q.b. a inês fala com a cadela com uma voz diferente do que quando fala com humanos.
eu acho que a inês não é humana. eh... definitivamente, não.
apesar de ela não ser humana, não deixa de ser um alien fofinho. sim, fofinho. masculino. porque a inês tem mais tomates que muitos protótipos de homens que por aí andam.
a inês apesar de não estar na minha paa, ajuda-me quando eu peço ajuda para a mesmo.
a inês não gosta de cinzento e goza comigo enquanto eu falo de whiskey num jarro. enquanto isto ouvimos o fim.
a inês está por baixo do noronha. a inês vai ser rica e vai passar por mim na rua, enquanto eu peço para droga e vai-se rir de mim. e depois eu vou-lhe pedir dinheiro. e ela vai-me dar e depois vai dizer que é um amor estranho.
a inês percebe-me. não é a única, mas é das poucas.
só a inês vai perceber este texto.
eu posso dizer que gosto muito da inês.
ou melhor: eu amo a inês.





(é uma dança de guerreiros, right?)